Fiquei impressionado ao ler a notícia abaixo sobre o comboio de alta velocidade na China. Não apenas pela imponência do projecto em si mas tembém e principalmente pelo desenvolvimento incrivelmente acelerado em que aquele país se encontra. Sem freio nos dentes.
Enquanto que na Europa, e depois de discussões sem fim, se planeiam ter 20.000 kms de linha AV construídos no ano de 2025 – em que Portugal participará com 1.000 – a China projecta já a construção de mais 13.000 kms nos próximos três anos. Tudo Made in China.
Já era facto assumido que a China, brevemente, passará a ser a potência dominante da ordem mundial.
Mais uma página da História a ser voltada. A Vida é uma evolução constante em que tudo tem um princípio e um fim. Como o será o Universo, como o é a Condição Humana. Há que dar valor e aproveitar o que temos – mesmo que do simples facto de respirarmos se trate – pois tudo é efémero. Infelizmente, temos o terrível hábito de só dar valor às coisas que perdemos e nunca valorizar o que temos. Heureusement, toda a regra tem a sua excepção. E eu faço por isso.
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O triunfo da alta velocidade na China
Os painéis electrónicos, as portas de embarque e os constantes avisos sonoros aos passageiros são iguais à de qualquer aeroporto. Mas o que sai da nova Estação Pequim-Sul é o CRH-3, o comboio de alta velocidade chinês.
Suavemente, quase sem trepidação, o CRH-3 percorre em meia-hora os 120 quilómetros que separam Pequim de Tianjin, o maior porto do norte da China.
O comboio, fabricado na China, já atingiu 394 quilómetros/hora, num ensaio efectuado há dois anos, mas habitualmente não excede 330 quilómetros/hora.
Como os passageiros podem ver num quadro electrónico montado em cada carruagem, o CHR-3 passa dos zero aos 266 quilómetros/hora em apenas cinco minutos e menos de dez minutos depois de ter partido da Estação Pequim-Sul já ultrapassou os 310 quilómetros/hora.
Na auto-estrada paralela à linha-férrea, todos os automóveis ficam rapidamente para trás, como se estivessem parados.
É a primeira linha chinesa de alta velocidade do país, inaugurada em Agosto de 2008, e o ponto de partida para a revolução ferroviária em curso na China.
A própria Estação Pequim-Sul, uma construção oval desenhada por uma empresa de arquitectos de Hong Kong, com uma área de 320.000 metros quadrados e 3.246 painéis solares, é um monumento.
Nos próximos três anos, a China tenciona construir 13.000 quilómetros de linha-férrea de alta velocidade, mais do que a rede existente actualmente no mundo inteiro.
Um dos mais importantes troços da empreitada, orçado em 220.900 milhões de yuan (22.000 milhões de euros), é a linha Pequim-Xangai, com 1.813 quilómetros de comprimento, cuja construção deverá estar concluída em 2011
A nova linha reduzirá para cinco horas (metade do tempo actual) a viagem entre as duas principais cidades do país e poderá transportar anualmente 80 milhões de passageiros e mais de 100 milhões de toneladas de carga, indicou o ministério chinês dos Caminhos-de-ferro.
Sessenta comboios saem diariamente de Pequim para Tianjin, entre as 06:30 e as 23:00. "s 09:00, num dia de semana, os comboios andam cheios, mesmo na primeira classe, que custa 69 yuan (cerca de 7 euros) - mais um euro (10 yuan) que um bilhete de 2ª classe.
Cada comboio pode transportar cerca de 600 passageiros.
As 24 plataformas da nova estação têm capacidade para 30.000 passageiros por hora, ou seja, cerca de 240 milhões por ano.
O governo da China imperial começou por se opôr à introdução do caminho-de-ferro, alegando que o comboio ("huo che", veículo de fogo, em chinês) iria "destruir a harmonia" do país.
No final do século XIX, quando os Estados Unidos já tinham cerca de 300.000 quilómetros de vias-férreas, a rede ferroviária chinesa não chegava a 1000 quilómetros - muito menos que o Japão, a Rússia ou a Índia.
Desta vez a China não quer ficar para trás.
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