A recente visita a uma exposição de fotografia de João Pedro Mota da Costa, com título "Lunchtime" transportou-me a um passado em que um dos meus grandes temas de reflexão passava pelo comportamento da condição humana e, particularmente, relações "amorosas"entre pessoas.
Nessa altura, interrogava-me sobre as relações ditas tradicionais - que seguem a máxima de grande parte das sociedades "Faz o que te digo e não o que eu faço" - versus as relações mais naturais, mais verdadeiras, mais cúmplices e que reconhecem a condição humana como ela é, de facto.
A exposição apresenta 10 fotos de outros tantos quartos de um motel em Lisboa, à hora de almoço, confirmando a ideia de que motéis, hotéis e afins apresentam um movimento bem mais intenso no período da hora de almoço do que em outras alturas do dia, resultado, na sua generalidade, de encontros secretos com sabor a traição...
Um dos 10 quartos logo a seguir ter sido usado. |
Sobre as relações ditas tradicionais e perante tais aventuras, imagino o diálogo entre marido e mulher, ao chegarem a casa no fim dia, em que, neste possível caso, teria sido ela a saltar a cêrca:
Marido: Olá querida! (um beijo). Como foi o teu dia?
Mulher: Olá amor... (um beijo). Nem sonhas como foi! Dia muito mau, cansativo e com chatices com o Dr. Manuel Andrade, sabes, aquele que foi promovido e tem agora a mania que manda em tudo? Contei-te dele há dias. Imagina que, à hora de almoço, apareceu-me no gabinete e pediu-me para lhe fazer umas coisas. Claro que não lhe podia dizer que não... Praticamente, nem me deu tempo para almoçar. Foi um cansaço dos grandes! Olha, importas-te de hoje seres tu a fazeres o jantar para eu ir tomar um duche rápido e descansar um pouco? Obrigado meu querido, depois compenso-te... (e lança-lhe um sorriso muito carinhoso). Chama-me quando o jantar estiver na mesa.
E aqui fica o link para a referida exposição Lunchtime. Enjoy!