quarta-feira, 6 de abril de 2011

Classe política e o Benfica – maus exemplos

Parece que Portugal  endoideceu. E acredito – ou tenho a certeza -  que a situação que temos andado a viver com o descalabro do comportamento da classe política não é, de forma alguma, estranha a isso.

Falo de quê? Falo do que sucedeu no Estádio da Luz, no passado domingo, quando o Porto ganhou ao Benfica e se sagrou compeão nacional: no fim do jogo, em plena e natural comemoração, por parte do Porto, do título, o Benfica apagou as luzes do estádio e ligou o sistema de rega, numa atitude triste e lamentável.

 

 

Não sou do Porto nem nada que se pareça. Fui, desde sempre, do Benfica desde miúdo e ao ponto de ter recebido o emblema de prata de 25 anos de sócio. Fui à inauguração do novo estádio. Vibrei como tanta gente à minha volta.

Só que, passado pouco tempo e entretanto, comecei a ver, por parte dos presidentes do Benfica, comportamentos que quase identificavam o clube como a Mafia: jogadas escuras, uma mal educação extrema ou ainda um fair play nulo. Fartei-me! A minha gota de água foi um discurso do presidente, Luís Filipe Vieira, no Algarve, a recorrer ao insulto contra situações que ele não gostava ou concordava contra.

E aí, passado algum tempo, senti-me tão afastado de tais comportamentos que resolvi riscar-me de sócio. Isto talvez tenha acontecido há uns 5 anos atrás.

Fiz bem pois, com o decorrer do tempo, fui vendo que tais comportamentos se mantinham ou mantêm até aos dias de hoje.

Esta cena do passado domingo de apagar a luz do estádio e ter ligado a rega é algo que passa o imaginário. E, mais ridículo ainda, ter sido aplicada uma multa de apenas € 1.500!

Ah! ainda sobre o apagão. Quando a imprensa questionou o treinador do Benfica, Jorge Jesus, sobre a razão de terem apagado as luzes do estádido (e ligado sistema de rega) a sua resposta foi: “Não sei. Não sou electricista”.

Ninguém da Direcção do Benfica ou qualquer organismo do futebol foram capazes de assumir o que havia sido feito. Apenas uma tímida multa de € 1.500, como que envergonhada.

Não me admiro nada de toda esta actuação, não pelo sucedido em si mas talvez por perceber que pode ter sido inspirado pelo comportamento da classe política, em que todos os dias são ditas mentiras e injúrias em plena impunidade. Como que assumindo que uma mentira, uma falta de educação, um insulto,  sejam tão normais como uma verdade, uma delicadeza, um elogio.

Triste… muito triste mesmo…

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