sábado, 31 de outubro de 2009

Corrupção… faz parte da condição humana…

 

Estive para iniciar este post com “E mais uma desilusão…” mas depois pensei melhor e achei melhor não o fazer. Afinal, não foi mais uma desilusão mas sim uma constatação de facto e uma contínua certeza de que a condição humana é, em regra, tão fraca… e falo do mais um caso de corrupção, “Face Oculta”, em que várias pessoas pertencentes a cargos públicos e, por consequência, a partidos políticos, estão envolvidos. Neste caso, até falamos do PS mas até podia ser qualquer outro. É PS porque é o que está agora no poder. E os outros partidos nem comentam muito esta situação pois sabem que têm telhados de vidro. Quando são eles a estarem no poleiro, fazem a mesma coisa. E por todos eles saberem disso, calam-se em casos destes.

Lembro-me de uma série da BBC há uns anos, Yes Prime Minister, sátira à política, em que, quando qualquer escândalo vinha ao de cima no governo, a consequência imediata era “abra-se um inquérito”. Pretendia-se assim acalmar a opinião pública. Só que, como no vida real, os resultados desses mesmo inquéritos nunca eram conclusivos.

Processos como Casa  Pia, Portucale, Submarinos, Apito Dourado, os ligados ao poder local (este fim de semana soube-se de outro, um vereador da Câmara do Porto que queria €400.000 para favorecer uma empresa para ganhar um concurso), BCP, BPN e BPP, Freeport, entre outros, têm vindo a ser indentificados mas, depois e no fim, nada se conclui. Acabam por se safarem quase todos. Só os pequenos é que sofrem.

Não admira que existam tantas empresas, fundações e institutos para todos os gostos. São necessárias para empregar todos aqueles que não têm lugar no governo e também – não esquecendo – os dos outros partidos. Um acordo tácito existente no mundo da política.

E depois vêm-nos dizer que todos devemos votar… que é um dever…

Uma tristeza mesmo… só concluo, como já o fiz há  muito tempo, que assim é a condição humana… seja em Portugal ou outro país. E se existem alguns em que a corrupção é menor, é apenas fruto do grande controlo existente. Infelizmente, parece que só com algo parecido com um 1984 do George Orwell poderá ser possível impedir tais abusos e, mesmo assim, os que estão nas chefias enchem-se sempre…

Uma tristeza mesmo…

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Hetero/Bi/Homosexualidade

 

Todos nós já ouvimos falar, vezes sem conta, da bisexualidade. Não me espanta, mesmo nada e à partida, que tal característica se manifeste talvez em mais pessoas do que alguma vez possamos imaginar tendo em conta que, aquando do desenvolvimento do feto, estão presentes ambos os sexos para depois um prevalecer sobre o outro. Daí, termos o homem com o pénis e a mulher com a vagina, mantendo, cada um deles, as componentes masculina e feminina, em maior ou menor proporção. Tem casos, inclusivé e por problemas, em que, à nascença, o sexo não vem claramente definido, tornando-se necessário recorrer a intervenção cirúrgica para implantar pénis ou vagina e, assim, definir o sexo não naturalmente. Casos podem existir em que a escolha é mal feita e, posteriormente, uma pessoa a quem foi implantada um pénis – homem – vir a ter comportamentos e tendências de mulher.

E porque estou com estas divagações ? Porque sempre me senti curioso em saber qual o âmbito da bisexualidade, ou seja, se algo meramente físico ou também emocional e em que níveis. Casos são conhecidos em que uma pessoa dita bisexual se assume como tal emocionalmente mas também outros casos apenas no campo físico, e tudo isto muitas vezes dependendo das circunstâncias.

Jà foram feitos estudos sem conta sobre o tema e um deles passa por Kinsey e seu relatório, em que são recusadas as três classificações habituais e estanques – heterosexual, bisexual e homossexual – para passar a uma diferente escala composta por 6 graus.

A Escala de Kinsey consiste mais ou menos nisto:

0 - exclusivamente heterosexual
1 - reacções e experiências quase totalmente heterosexuais, embora circunstancialmente possa reagir em relação ao mesmo sexo
2 - predominância de reacção heterosexual, embora responda a estímulos homosexuais e tenha experiências homosexuais mais ocasionais
3 - bisexual na sua atitude habitual
4 - maior reacção a estímulos homosexuais do que a heterosexuais
5 - quase totalmente homosexual, na sua reacção psicológica e na prática, com contactos ou desejos heterosexuais muito ocasionalmente
6 - exclusivamente homosexual

Durante toda a vida, desde a adolescência até ao à 3ª ou 4ª idade (pois… já vamos na 4ª idade ou algo assim), grande parte das pessoas tiveram já manifestações sexuais de todos os tipos – graus da escala Kinsey - oscilando pelos vários níveis, com passagem ou não ao contacto físico. Eu próprio, em determinadas alturas da vida, senti-me um bocado perdido e confuso, principalmente tendo em conta a tal cultura que nos foi incutida desde a nascença. E como se costuma dizer, quem não tenha experimentado tais sensações pelo menos uma vez, que atire a primeira pedra…

Nem vou aqui falar dos conceitos de sexo, procriação, igreja, prazer, sociedades e suas culturas, certo ou errado, etc. E porquê? Porque em cada um de nós está toda uma vida plena de  sentires, emoções, sentimentos, não controláveis, que, com ou sem sentimentos de culpa, são determinantes para o nosso dia-a-dia e nos fazem ultrapasssar todos esses conceitos.

Tem um termo que se usa bastante em certos círculos: bicurioso/a. Calculo que aqui se pretenda falar em bisexualidade apenas em termos físicos, desprovido de qualquer sentimento. Sexo puro, apenas. Claro que é bastante mais normal encontrar situações destas entre mulheres, coisa que os homens adoram. Mas já o contrário é bem mais restrito. Lá está ! É a tal cultura…

Uma coisa não sei: quando se fala em bisexual, em grande parte das vezes, será que se fala mais em termos sexuais, puro e simples, físico, ou sentimental também ? Ou seja, sexo apenas, como experiência e porque pode ser bom ou também gostar de alguém do mesmo sexo ao ponto de terem uma relação também de amor?

E para finalizar… tal como eu já me interroguei – na minha intimidade – em que nível da escala de Kinsey se situa/te situas ?
(é para pensarem e não responderem aqui, claro, mas se quiserem, be my guest…)

ihihihihihihihihihiihihihihihih

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Vida pode ser mais fácil…

 

 

… se não esquecermos que …

 

as pessoas estúpidas fazem parte da vida…

e aqui refiro-me aos chamados “espertinhos da vida” e não aos que, infelizmente, são limitadas por natureza 

 

 

domingo, 4 de outubro de 2009

Abençoadas montanhas russas ?

NagashimaJapao800

E assim são as relações entre pessoas… verdadeiras montanhas russas… as que não forem, não sequer podem ser chamadas de verdadeiras relações…

Um querer e não querer terrível… preferível a uma estrada sem curvas, plana, sempre igual…

Verdade ?

PS: Ok, tudo o que é demais é um exagero, sei, mas de qualquer forma não deixa de ser verdade. Sim ?

 

Declaração de Voto

 

Já anteriormente aqui deixei expressa a minha aversão por discussões, no mau sentido da palavra. Versem elas o tema que seja, simplesmente não gosto. Estou sempre na minha e aceito que cada um possa estar na sua. A aversão aumenta quando se trata de temas como religião ou e principalmente, política. Subjectividades são coisas que merecem e têm que ser respeitadas.

Vem esta declaração a propósito de um comentário que li no Expresso desta semana sobre investimento em Portugal a que o autor, Nicolau Santos, chamou “Investir no Manicómio” e que mais à frente transcrevo.

Dizem as regras da democracia que o voto é secreto. Sim sim, deveria ser e até levava a sério tal regra há anos atrás quando ainda acreditava ou tinha esperança que a política poderia ser algo de muito sério. Só que a política é feita por pessoas – leia-se condição humana -  e, quando não existem métodos de controlo muito sérios e eficazes, o descalabro é total pela procura constante de benefícios pessoais, esquecendo tudo o resto.

O voto tem sido algo hilariante, com escolhas que nada têm a ver com os programas de cada partido ou candidato. As opções de voto vão mudando de eleição para eleição ao sabor do chamado “voto útil”. Eu próprio já votei em vários partidos e, ultimamente e para não me acusar de preguiça ou de um “não te queixes agora porque nem votar foste”, tenho votado em branco. Ou seja, através do boletim de voto, anuncio ao mundo que estou farto de todos eles, não colocando a minha cruzinha em qualquer partido.

Este ano foi diferente. Nunca votei no PCP nem no Bloco de Esquerda. Resta-me, portanto, CDS, PSD e PS. Já andei por todos eles. Desta vez, só me resolvi dois dias antes das eleições (falamos de legislativas 2009). Fui pensando… O Paulinho dos submarinos e das feiras, não dá para pensar pois é um partido  em que tudo gira à volta de uma só pessoa. PSD tem andado virado ao contrário, vivendo das suas lutas internas (Ferreira Leite a dar tau tau ao Passo Coelho e, por consequência, a todos os seus seguidores), principalmente desde que o Barroso foi à sua vida e deixou o Santana dos viadutos em seu lugar. PS é complicado mas, pelo menos, haja quem mande e, neste caso, lá anda o Sócrates – mal ou bem – em todo o seu esplendor. No mínimo, as responsabilidades estão assumidas, com a maioria que teve estes quatro anos, sem assim haver motivo para invocar culpas aos outros partidos. E, por todos estes motivos, resolvi votar PS desta vez, numa tentativa de ajudar a alcançar uma nova maioria que, a não ser conseguida, iria conduzir – como já está a conduzir – a uma bagunça sem precedentes e que em nada faz falta a este período de “início de saída da tão e bem chamada crise internacional”. A maioria não foi alcançada, todos os outros partidos reclamaram vitória por tal motivo, todos muito contentes, e agora “todos” se lamentam com o cenário pelo qual votaram. Realmente, é, no mínimo, hilariante !!!

Moro em Lisboa e, quanto às eleições das autarquias, fico também um bocado confuso. Vejo um António Costa a mandar, nesta altura, carta aos seus funcionários dizendo que os vai aumentar com rectroactivos desde Janeiro 2009 enquanto o Santaninha maluco e dos viadutos aparece como possível alternativa. Lembro que António Costa diz que vai melhorar transportes públicos – pelo menos, diz – e isso sim, seria uma bela solução. Só que, com tudo o mais que tem feito, lá fico outra vez a pensar se vou votar em branco ou nele. Se nele, a ideia seria uma maioria absoluta para depois não ter desculpas que foi impedido pelos outros partidos de não ter feito mais porque não o deixaram. Enfim, a mesma lógica das legislativas.

Porra ! Acho mesmo que algumas regras na dita democracia deveriam mudar. Posso estar a dizer grande asneira mas se o partido vencedor, independentemente das percentagens, pudesse governar, durante o período para que foi eleito, como maioria, tudo seria bem mais fácil. Claro que teriam que existir mecanismos de controlo mas que seria bem mais fácil, isso sim.

Poderia alongar-me bem mais mas não vale a pena. É a tal coisa… discussões de política são sempre endless… e, neste meu caso, foi mais uma opinião, talvez um pouco distorcida pelo tal comentário que falei acima e aqui a seguir transcrevo:

Investir no Manicómio

Imagine que chega a um país interessado em investir e lhe dizem que o Presidente e o primeiro-ministro estão politicamente em guerra aberta. Que o Governo recém-eleito pode cair dentro de seis meses a dois anos. Que o Presidente da República pode não ser reeleito dentro de dois anos e meio. Que a economia está numa profunda recessão (3,7%) que o défice orçamental  rondará os 7%, que o desemprego atinge 600.000 pessoas numa população activa de 5,2 milhões, que o endividamento líquido externo duplicou numa década e representa mais de 100% do PIB (produto interno bruto, para quem não saiba ou se recorde – nota de shelyak). Que faz você ? Nem sai do aeroporto. Regressa ao seu país no primeiro voo que houver.

Infelizmente, este país é uma ficção. Mais infelizmente é o nosso. E, no plano económico, a imprevisibilidadde é absoluta. O que vai acontecer com os grandes investimentos públicos ? Avança o TGVe é adiado o novo aeroporto ? E a terceira travessia do Tejo ? Todos os outros compromissos se mantêm (novas concessões rodoviárias, extensão das redes dos metros de Lisboa e Porto, dez novos hospitais públicos, novos compus de Justiça e novas prisões ? Ou o apoio (e/ou abstenção) do PSD e CDS à proposta do orçamento do EStado 2010 implicará , como contrapartida, que o PS deixe cair algumas destas obras ?

E que Orçamento vamos ter ? Um que continue a apoiar empresas e famílias face à crise e ao desemprego ? Ou, à semelhança de Espanha, vai haver desde já subida de impostos e diminuição de benefícios fiscais ?

A crise já tinha levado os agentes económicos a serem muito prudentes. A instabilidade política vai agravar esta prudência – e os investimentos serão adiados de novo. O resultado, inevitável mas muito pouco desejável, é que a nossa retoma ocorrerá depois e de forma mais lenta que a dos outros países europeus. Ninguém investe em manicómios.